ALISMATACEAE

Sagittaria lancifolia L.

VU

EOO:

1.458.984,885 Km2

AOO:

72,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre desde o sudeste da América do Norte até o sul do Brasil; ocorre nos Estados do Amapá, Paraíba, Bahia, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Matias et al., 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Eduardo Fernandez
Critério: A2c
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Sagittaria lancifolia</i> tem a maioria de suas subpopulações em áreas de municípios localizados ao longo de hábitats de Mata Atlântica, que tiveram uma redução da vegetação original de pelo menos 50% nos últimos 10 anos. Tal redução deve-se ao desmatamento causado pela superprodução agrícola, exploração ilegal de madeira e invasão por espécies exóticas, ameaças que continuam existindo atualmente. Dessa forma, suspeita-se que tais subpopulações tenham sofrido um declínio do número de indivíduos de pelo menos 30% nos últimos 10 anos. Caso medidas para sua conservação não sejam implementadas, a espécie poderá ser transferida para uma categoria de risco mais alta em futuro próximo.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Syst. Nat., ed. 10. 2: 1270. 1759. Difere-se das outras espécies de Sagittaria do nordeste do Brasil, por possuir brácteas livres, cônicas, estreita-ovadas, flores carpeladas e estaminadas, inflorescências paniculadas, cujo o primeiro verticilo é geralmente ramificado. Nomes populares: "golfe" e "aguapé-de-folha-estreita" (Matias; Irgang, 2006).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em vegetações aquáticas (Gontijo, 2009); em ambientes úmidos costeiros (Matias; Irgang, 2006).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 3 Shrubland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp, 1.7 Subtropical/Tropical Mangrove Vegetation Above High Tide Level, 4 Grassland, 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland, 13 Marine Coastal/Supratidal, 13.4 Coastal Brackish/Saline Lagoons/Marine Lakes, 5 Wetlands (inland), 5.5 Permanent Freshwater Lakes [over 8 ha], 5.6 Seasonal/Intermittent Freshwater Lakes [over 8 ha], 5.7 Permanent Freshwater Marshes/Pools [under 8 ha], 5.8 Seasonal/Intermittent Freshwater Marshes/Pools [under 8 ha]
Detalhes: Caracteriza-se por ervas, perenes, emersas, de 85-104 cm de altura (Matias; Irgang, 2006); aquáticas (Matias et al., 2012).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) national very high
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia) (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock high
As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. Em adição à incessante perda de habitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture national very high
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.1.1 Shifting Agriculture national very high
As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja) (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat) national high
As áreas destruídas do Cerrado são semeadas com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Espécie considerada "Em perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Ocorre em unidades de conservação: Parque Estadual Paulo César Vinha, no estado do Espírito Santo (CNCFlora, 2011).